quarta-feira, 28 de maio de 2008

FALTAM 21 DIAS PARA O GFAL

Agora faltam apenas três semanas. E o debate propriamente dito nem começou... Assim vai ficar difícil preparar o encontro.

Mas prossigo com a contagem regressiva. Neste blog publico minhas contribuições à discussão preparatória do Global Forum América Latina (CIETEP, Curitiba, Paraná, Brasil, 18 a 20 de junho de 2008). Por favor, leia os artigos deste blog de baixo para cima, na ordem inversa de publicação. Comece pelo artigo ANÁLISE DO CONTEÚDO DOS PRINCÍPIOS DO GLOBAL COMPACT PARA A EDUCAÇÃO EXECUTIVA DE ALTO NÍVEL.

As questões de hoje são as seguintes:

29 – Se as pessoas não desenvolverem suas habilidades e competências e se as sociedades não empoderarem seus membros para que eles tenham confiança em si mesmos e nos seus semelhantes, coragem para empreender e segurança para inovar, pode haver desenvolvimento? (Escolha a(s) melhor(es) alternativa(s)):
I - Sim, se houver um crescimento do PIB a altas taxas durante um tempo relativamente longo, pois tal crescimento dinamizará economicamente a sociedade de tal modo que as pessoas serão compelidas a desenvolver suas capacidades para se inserir em um mercado dinâmico e em expansão.
II - Não, porque o desenvolvimento depende de outras variáveis além da renda e, assim, não basta crescer economicamente, aumentando o PIB ou a renda per capita da população, imaginando que todas as outras coisas virão naturalmente em decorrência. (É bem provável que isso possa até alargar o fosso da desigualdade, o que não produzirá desenvolvimento humano nem social sustentável).
III - Não, porque para que a renda produzida se distribua elevando as condições de vida da população é preciso que as pessoas tenham acesso à riqueza, ao conhecimento e ao poder. Assim, é preciso investir no incremento de todos estes fatores.
IV - Não, porque desenvolvimento mesmo só ocorrerá quando surgirem novos e múltiplos laços de realimentação de reforço nas relações entre a renda e as outras variáveis do desenvolvimento, como a riqueza, o conhecimento, o poder; por exemplo, quando mais conhecimento gerar mais poder, que gerar mais riqueza, que gerar mais renda, que gerar mais conhecimento etc.
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) II e III
f) II, III e IV
g) Nenhuma das alternativas anteriores.

30 – Pode-se dizer que além da renda e da propriedade produtiva, da riqueza, daquilo que poderíamos chamar de "capital empresarial", existem ainda o "capital humano", o "capital social" e o "capital natural". Quais são os fatores, considerados extra-econômicos, mais decisivos no processo de desenvolvimento? (Escolha a(s) melhor(es) alternativa(s)):
I - O capital humano, que se refere mais diretamente ao conhecimento, ao know how e à capacidade de criá-lo e recriá-lo – o que envolve a educação, a saúde, a alimentação e a nutrição, a cultura e a pesquisa, e várias outras áreas, sobretudo, o empreendedorismo. Este é o fator mais decisivo, porque baixos níveis de capital humano indicam baixos níveis de desenvolvimento humano. Faz diferença se temos uma sociedade, como a belga, em que a escolaridade média do trabalhador é de 12 anos ou se temos uma sociedade, como a brasileira, que mal alcança o patamar de 6 anos. Essa diferença é de capital humano.
II - O capital social, que diz respeito aos níveis de organização, de conexão horizontal e de regulação democrática de uma sociedade. Este é o fator mais decisivo, porque existe uma relação direta entre os graus de associacionismo, confiança e cooperação atingidos por uma sociedade democrática organizada do ponto de vista cívico e cidadão e a boa governança e a prosperidade econômica. Tal relação pode ser compreendida como capital social. Baixos níveis de capital social indicam baixos níveis de desenvolvimento social. Faz diferença se temos uma sociedade, como a italiana do norte, entrelaçada na sua base por miríades de instituições de opinião e interesse, ou se temos uma sociedade, como a romena, incipiente do ponto de vista organizacional. Esta diferença é de capital social.
III - O capital natural, que diz respeito às condições ambientais e físico-territoriais herdadas, regeneradas ou (re)construídas. Este é o fator mais decisivo, porque faz diferença plantar nos solos férteis da Ucrânia ou no pampa argentino e no semi-árido do Brasil. Ainda que, se houver desenvolvimento científico-tecnológico, a fruticultura irrigada no semi-árido brasileiro possa vir a ser mais rentável do que uma lavoura tradicional naquelas terras férteis.
IV - Não se pode afirmar que algum dos fatores acima seja mais decisivo do que os outros porque a equação do desenvolvimento relaciona todas essas variáveis de uma maneira ainda desconhecida.
V - Em um certo sentido pode-se afirmar que o capital social é um recurso, senão mais decisivo, pelo menos diferente dos demais porquanto apresenta uma característica mais sistêmica (relativa ao ambiente – ou à rede social – onde ocorre o fenômeno de mudança social que interpretamos como desenvolvimento). Não é à toa que capital social baixo indica baixos índices de desenvolvimento e capital social alto indica altos índices de desenvolvimento (o que não ocorre com os outros capitais econômicos ou extra-econômicos).
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) I e II
f) V
g) Nenhuma das alternativas anteriores.

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